18 junho 2010

Mais um pouco de terapia.

Quando você decide fazer a cirurgia de gastroplastia um dos requisitos para que seja liberado pelos médicos e pelo convenio é que você faça uma avaliação psicológica, para verificar se você tem condições de encarar todas as mudanças que vem com a cirurgia.
Confesso que isso me assustava mais do que entrar na faca. O meu medo não era achar que o psicólogo iria me considerar uma doida varrida e não iria autorizar a cirurgia, na verdade o meu medo era de encarar a mim mesma, de confrontar minhas angustias escondidas e meus defeitos mascarados.
Ao me dar conta de que não tinha como escapar disso, que eu teria que encarar o psicólogo, decidi que iria fazer isso direito. Eu poderia ter pago uma ou duas sessões, conseguir o laudo e dar sayonara para o psicólogo, mas eu acho que isso seria uma trapaça comigo mesma, afinal eu não chegaria nem perto das razões que me levaram a ter compulsão alimentar.
Na primeira sessão eu cheguei bem tímida, mas fui sincera, disse o que eu precisava (o laudo), mas que eu estava disposta a tentar a levar a terapia à diante. Depois disso não sabia por onde começar, o que dizer, mas ele foi fazendo algumas perguntas e antes que pudesse me dar conta estava falando coisas que eu não falava nem para mim mesma.
Mas não pensem que é tudo lindo na terapia, porque não é. Na verdade, na maioria das vezes é dolorido, irritante, cansativo mentalmente. Têm dias que eu chego lá ótima, com um humor incrível e saio de lá devastada. Mas ai alguém deve estar se perguntado qual o ponto de fazer terapia se você não se sente bem? Porque, pelo menos para mim, as mudanças tem vindo de forma quase imperceptível. Comecei a perceber uma certa tranqüilidade quando acontecem coisas que não estão no meu controle, percebi que de uns tempos para cá nem sempre como um doce quando estou frustrada ou ansiosa.
O que posso dizer é que para mim a terapia, não foi só uma etapa para passar pela cirurgia, mas é um caminho para me tornar uma pessoa melhor, o meu caminho para o autoconhecimento.
Todo esse post é porque ontem foi mais uma das sessões em que saí irritada comigo mesma, se dar conta que um de seus comportamentos é na verdade um defeito não é fácil é não é bom. A verdade é que também saí de lá com o pensamento de que preciso me perdoar um pouco, mas isso é assunto para outro post.

Um comentário:

  1. "E nesse arrumar de armário
    há um desarrumar de emoções
    coisas desaparecidas
    aparecem no armário, na mente e no coração."

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